Mal
assentou a poeira levantada por Gilberto Carvalho, Secretário Geral da
Presidência da República, que teria sugerido no Fórum Social em Porto
Alegre, em janeiro deste ano, que o PT confronte as mensagens
conservadoras pregadas pelos pastores evangélicos, outro petista surge
com mais polêmica.
Em mensagem postada nesta sexta-feira em
seu blog, o deputado cassado e ex-Ministro Chefe da Casa Civil, José
Dirceu (PT) criticou aqueles que politizaram o tema aborto em 2010, por
ocasião da eleição presidencial e também, em 2011, o kit gay, proposto
pelo MEC sob a gestão de Fernando Haddad, atual candidato do PT à
Prefeitura de São Paulo.
Para Dirceu, o ex-Ministro da Educação
está certo quando taxou de “torpe” a maneira como as discussões em torno
do tema ‘kit gay’ foram encaminhadas e aproveitadas
politicamente. “Haddad ressaltou que o kit anti-homofobia surgiu de uma
demanda de emenda parlamentar. Ainda assim, devido às críticas da
bancada evangélica contra a distribuição do material nas escolas, a
iniciativa foi suspensa. Segundo o ex-ministro, no entanto, o kit foi
usado em cursos de formação de professores”, escreveu o ex-Chefe da Casa
Civil.
José Dirceu destacou que não se deve
recuar ante ao que chamou de “violência” e “chantagem” de certos setores
evangélicos que querem patrulhar todas as políticas públicas com
relação às questões do aborto e da homossexualidade. Para ele, esses
grupos evangélicos querem impor ao Brasil uma visão preconceituosa e
repressiva e aqueles que lhes dão guarida, prestam um desserviço à
democracia e à convivência social.
Mesmo sem ocupar um cargo no legislativo
ou executivo, José Dirceu é um dos homens fortes dentro do PT e goza de
muita influência. Aproveitando sua força dentro do partido, ele tem
sido cortejado por algumas pessoas. Foi o que ocorreu recentemente,
quando recebeu um por e-mail assinada por Toni Reis, presidente da
ABGLT, tecendo-lhe elogios por sua luta em prol dos ideais dos LGBT e
conclamando-o a continuar a lutar pela agenda LGBT.
Um dos trechos da carta escrita por Reis:
“Estamos realmente preocupados com o
rumo que está tomando a discussão sobre os direitos das pessoas LGBT no
Brasil, particularmente no último ano no executivo e legislativo:
- o projeto de criminalização da homofobia está parado no Congresso Nacional.
-houve um veto explícito do material
educativo do projeto Escola sem Homofobia, do Ministério da Educação,
pela própria presidenta Dilma.
- houve, agora, um veto/censura à
campanha de prevenção de Aids no Carnaval, segundo consta, novamente
determinado pela presidenta Dilma.
Estes são apenas três exemplos de
retrocesso na caminhada pela garantia da igualdade entre todas as
pessoas, no combate à violência, ao preconceito, à discriminação.
Como diria nosso querido Lula:
“nunca antes neste país” o governo federal foi tão pautado por posições
das bancadas religiosas fundamentalistas, que não têm compromisso com os
direitos humanos”.
Fonte: Holofote
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