Rick
Warren, pastor da Igreja Saddleback, é um dos líderes cristãos mais
influentes dos Estados Unidos e voltou a fazer um esforço para diminuir
as diferenças entre os cristãos evangélicos e os muçulmanos, por meio de
parcerias com as mesquitas do sul da Califórnia. Ele também está
propondo um conjunto de princípios teológicos que inclui o
reconhecimento de que cristãos e muçulmanos adoram o mesmo Deus.
O esforço, informalmente chamado de King´s Way (Caminho
do Rei), fez Warren quebrar o jejum do Ramadã em uma mesquita na cidade
de Mission Viejo. Na ocasião, ele se encontrou com líderes muçulmanos e
falou para 8 mil muçulmanos durante uma convenção em Washington.
Os membros da Iigreja de Saddleback
convidaram seus conhecidos muçulmanos para a ceia de Natal e fizeram um
jogo de futebol inter-religioso durante um piquenique em que
participaram mais de 300 pessoas.
Durante o jantar, em dezembro, Abraham
Meulenberg, um dos pastores de Saddleback, encarregado de um ministério
inter-religioso, e Jihad Turk, diretor de assuntos religiosos de uma
importante mesquita de Los Angeles, celebraram o King’s Way como “um caminho para acabar com os 1.400 anos de desentendimento entre muçulmanos e cristãos”.
Eles assinaram um documento que define
“pontos de concordância” entre o Islã e o cristianismo. Esse documento
afirma que cristãos e muçulmanos acreditam em “Deus único” e
compartilham de dois mandamentos principais: “Ame ao próximo” e “ame a
Deus”.
O documento também recomenda que os
membros de ambas as crenças alcancem três objetivos: sejam amigos uns
com os outros, construam a paz e trabalhem em conjunto em projetos de
serviço social. Citações de versículos da Bíblia e do Alcorão são usados
para ilustrar suas afirmações. “Nós concordamos que não iremos tentar
evangelizar o outro (…) Nós damos testemunhos um ao outro, mas não se
trata de conversão”, disse Turk.
Tom Holladay, pastor associado da Saddleback, disse que alcançar os muçulmanos é parte do Plano de Saddleback, chamado PEACE,
um esforço amplo para resolver problemas mundiais por parte dos
governos, empresas e mobilização de comunidades de fé. “Sabemos que não
concordamos sobre tudo e estamos muito abertos…. Você só reconhece as
diferenças e os pontos em que pode trabalhar em conjunto”, afirmou.
Warren tem enfrentado críticas severas
por parte de alguns evangélicos por causa dessa aproximação com os
muçulmanos. No ano passado, ele emitiu um comunicado negando
categoricamente os rumores de que estava criando o que os críticos
chamam de “Crislamismo”, uma fusão do Islã e do Cristianismo.
O “boato é 100% falso”, Warren escreveu
no Pastors.com, um site que ele fundou e que fornece conselhos práticos
para os líderes do mundo todo. “Minha vida e ministério são construídos
sobre a verdade de que Jesus é o único caminho, e a Bíblia inerrante é a
única autoridade verdadeira”, declarou.
As pesquisas do Fórum Pew sobre
Religião mostram que os evangélicos são 30% mais propensos que outros
cristãos a terem uma visão negativa do Islã. Os evangélicos que defendem
a necessidade dos muçulmanos se converterem ao cristianismo e são mais
propensos a acreditar que o Islã encoraja a violência.
Warren tem repetidamente incentivado os
evangélicos a anular esses pontos de vista, argumentando que os cristãos
são obrigados a tratar todos com amor e respeito, independentemente da
fé.
Durante 12 anos Warren foi vizinho de
Yasser Barakat, um muçulmano da Síria, que frequenta a mesquita de
Mission Viejo, cerca de 6 quilômetros da estrada para Saddleback. Seu
vizinho disse que não tinha ideia que Warren era um pastor famoso.
Quando descobriu quem Warren era, ele convidou seu vizinho para conhecer
mais sobre o Islã.
Os dois viajaram juntos para a Síria em
2006. Desde então Rick e sua esposa, Kay, começaram a frequentar as
reuniões de quebra de jejum na mesquita de Mission Viejo. A família
Warren também já recebeu a família Barakat para jantares de Natal. “Ele
me chama de seu irmão muçulmano”, disse Barakat. “Tudo começou com uma
amizade”, completou.
Gwynne Guibord é um pastor episcopal e
co-fundador de um grupo que promove a melhoria das relações entre as
igrejas e as mesquitas em todo o país. Para ele, o esforço da igreja de
Saddleback é sem precedentes. “Eu não conheço nenhuma outra igreja
evangélica que chegou tão perto da muçulmana”, disse.
“Eu acredito que muitos evangélicos
pensam apenas em converter pessoas ao cristianismo”, disse Guibord.
Nosso Grupo Consultivo foi criado para responder ao antagonismo
crescente entre as duas religiões e não teríamos feito progressos se um
dos lados estivesse tentando converter o outro. Agora, ficou claro que
podemos incluir os evangélicos nos trabalho de nosso grupo”, comemora
Guibord .
Fonte: Gospel Prime
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