
Apenas no ano escolar de 2010-2011,
cerca de 160 congregações usaram prédios escolares para cultos
religiosos. “Vemos isso como uma vitória para os escolares da cidade e
suas famílias” disse em comunicado à imprensa, na segunda-feira, a
advogada sênior do Departamento Jurídico da prefeitura de Nova York,
Jane Gordon. Ela acrescentou que o Departamento de Educação está
preocupado, com razão, com a possibilidade de qualquer escola nesta
cidade tão diversa ser identificada como uma crença ou prática religiosa
em particular.
Em muitos distritos escolares em todo o
país, organizações religiosas são autorizadas a usar os recintos de
escolas públicas para cultos religiosos. Mas, em nova York, uma norma da
cidade, permitida pelas leis estaduais, proíbe a prática, fato que
levou à contestação legal.
Robert G. Hall, co-pastor da Bronx
Household of Faith, solicitou o uso de uma escola pública para a
realização de cultos religiosos pela primeira vez em 1994 mas o pedido
foi negado. A igreja processou o Conselho de Educação e perdeu a causa
também em recursos posteriores, chegando até a Corte de Apelações dos
EUA.
Em 2001, um caso julgado na Suprema
Corte pareceu proporcionar uma brecha para a Bronx Household of Faith e
decidiu que um distrito escolar público de Medford, Nova York, não
poderia impedir um grupo de jovens cristãos, o Good News Club, de usar
um espaço em uma escola pública. Assim, a Bronx Household of Faith
voltou ao tribunal e conquistou um mandado de segurança contra a
prefeitura que, pela primeira vez, a obrigou a autorizar o uso de
escolas em cultos religiosos até que a ação judicial fosse decidida.
Em 2008-2009 já havia 60 igrejas usando
escolas para fazer cultos religiosos, e o número continuou a crescer
rapidamente ao longo deste ano. Em junho, porém, quando a Segunda Corte
de Apelações anunciou sua decisão, esta foi favorável à prefeitura. Dois
dos três juízes consideraram que um culto religioso era diferente de
uma aula de Bíblia ou uma atividade que incluísse orações.
Segundo eles, “um culto religioso é um
ato de religião organizada que consagra o local em que é promovido,
convertendo-o em igreja”, escreveram os juízes. As igrejas “tendem a
dominar as escolas no dia em que as usam”, provocando uma situação
confusa para as crianças, que podem vir a pensar que a escola é uma
igreja.
Defensores da Bronx Household of Faith
argumentam que o Departamento de Educação agora se encontra na posição
inapropriada de determinar a diferença entre um culto religioso e uma
atividade que inclui orações – algo que pode ser diferente para cada
religião e cada congregação. “É um precedente muito perigoso”, disse o
pastor Robert Hall em e-mail, dizendo ainda que está “muito
decepcionado”.
Já começou a ser feito um esforço
legislativo para reescrever a lei educacional estadual que permite que a
prefeitura proíba os cultos nas escolas.
Na quinta-feira (8), o vereador Fernando
Cabrera deve anunciar uma resolução em apoio a um projeto de lei a ser
apresentado na Assembleia estadual para mudar a lei.
Fonte: Portal Creio
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