Em comum entre os três fatos acima, eles aconteceram este ano, versam sobre a exploração sexual de menores de 4 anos, ou seja pedofilia, e aconteceram em três municípios da mesma região alagoana, o Sertão.
O prefeito é Atevaldo Cabral, de Ouro Branco, que disse ao Cadaminuto que as denúncias se tratam de perseguição política, embora o delegado Rodrigo Cavalcante confirme as denúncias e o pedido ao TJ-AL para investigá-lo.
As prisões foram feiras em Água Branca, e só aconteceram após denúncias da população que estava estarrecida com o que vinha acontecendo.
A pousada ficava em Inhapi, e funcionava a um bom tempo, e só foi desativada após o trabalho do Conselho Tutelar local e da matéria do Minuto Sertão, que denunciou o caso.
O que mais espanta é que estes casos não são surpresas para os delegados, que repetem sem constrangimento. “Há alguns anos a pedofilia era uma cultura no interior, considerada algo normal, mas estamos combatendo isso. As vítimas geralmente são crianças pobres da zona rural” explicou o delegado Manoel Wanderley, que conduziu as investigações em casos de pedofilia no município de Água Branca.
“Nos próximos meses haverá mais novidades. Também estão sendo feitas investigações em outros municípios do Sertão de Alagoas” disse o delegado.
“A população deve denunciar, quando desconfiar de alguma coisa. Todos esses acusados só foram presos por causa disso. A Polícia não tem bola de cristal para saber desses casos”, afirmou Manoel Wanderley
Especialista
O Cadaminuto ouviu no mês passado o psicólogo Laerth Leite que traçou o perfil de uma pessoa que sofre de pedofilia, que é classificada com uma doença incurável. Ele explicou que em várias partes do mundo há uma discussão sobre a castração dos acusados, lembrando que quem sofreu violência sexual na infância pode manifestar sinais da doença ou ter transtornos quanto à sexualidade.
“O pedófilo é alguém que tem atração sexual por crianças e manifesta isso com certos comportamentos na internet e até na rua. Infelizmente, os casos tendem a aumentar porque quando uma vítima não realiza um tratamento adequado pode fazer a mesma coisa quando adulta, ocorrendo um bloqueio da sexualidade. A pedofilia não escolhe raça, religião nem classe social, pois não é algo orgânico e sim, psíquico”, explicou.
Segundo o psicólogo, um pedófilo tem algumas atitudes suspeitas, mas que nem sempre estão relacionadas a essa doença. Ele destacou que quem apresenta esse distúrbio tem dificuldade de relacionamento amoroso com outros adultos e prefere brincar com crianças.
“É difícil traçar um perfil, mas essas pessoas costumam 'comprar' as crianças com presentes, comida, não é uma forma de conquista natural porque elas não amam a criança e só querem usá-la”, disse.
O psicólogo afirmou ainda, que é possível detectar alguns comportamentos nas vítimas. “A criança que tem pesadelo, acorda assustada, se isola, tem medo ou rejeita o toque de um adulto, um simples abraço ou vai mal na escola e não quer se alimentar pode estar sofrendo violência sexual. Mas, nem sempre esses sinais são por causa da pedofilia, uma criança também pode tê-los por estar sendo maltratada pela babá”, reforçou.
Prevenção
Laerth Leite explicou que 70% dos casos de pedofilia não são descobertos, já que mães “fingem que não veem”, quando os envolvidos são pais ou padrastos das vítimas, destacando que muitas crianças que sofrem os abusos são ameaçadas. “O pedófilo diz que vai matar a mãe ou outro parente da vítima. Meninas que sofrem violência sexual não conseguem ter uma vida normal e em alguns casos, se tornam prostitutas, como a Bruna Surfistinha.
O psicólogo explicou que a única forma de evitar que os filhos sejam vítimas de abuso sexual é conversando, sobre as atitudes que os pedófilos têm. “Deve haver uma conversa bem franca sobre esse assunto. Os pais devem explicar que as pessoas não podem tocar as partes íntimas das crianças e que se isso acontecer, eles devem ser comunicados, mesmo se houver alguma ameaça feita pelo acusado", reforçou.
“O pior disso é que às vezes o pai é o pedófilo e também pessoas da família. Já vi um caso no qual uma criança de 8 anos foi abusada pelo primo de 18, que disse que era normal que ela começasse a vida sexual fazendo sexo oral no parente. A criança cresceu achando que isso era normal. As denúncias podem ser feitas pelo Disk 100, de forma anônima”, ressaltou.
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